A vida cristã pode ser comparada como aquele motorista que ao dirigir é obrigado não apenas a olhar para frente, mas de vez em quando a olhar para trás. Qualquer bom motorista sabe da importância de um retrovisor. Na vida com Deus somos convidados a olhar pelo menos em três direções: para trás, para dentro e para frente.
Quando João estava em Patmos, foi ordenado a escrever a uma igreja que havia esquecido o seu passado e abandonado o seu primeiro amor:
“Escreva a Éfeso, ao Anjo da igreja. Assim diz Aquele com as Sete Estrelas em sua mão direita, andando entre as sete luzes:
“Vejo o que você tem feito, seu trabalho muito árduo, sua recusa em desistir. Sei que você não consegue tolerar o mal e que eliminou os falsos apóstolos. Conheço sua persistência e coragem na minha causa, pois você nunca desiste.
“Mas você se desviou do seu primeiro amor — por quê? Afinal, o que está acontecendo com você? Tem alguma ideia de como você caiu? “Volte! Volte ao seu precioso primeiro amor. Não há tempo a perder, pois estou para remover sua luz.” (Apocalipse 2:1-5 – Bíblia A mensagem)
Quando o cristão olha para trás, ele sabe de onde veio. Quando olha para dentro de si, sabe onde está e, quando olha para frente, contempla o seu Alvo maior e onde deve chegar.
Na carta a Éfeso, o convite é para que aqueles que abandonaram o primeiro amor olhem para trás, na expectativa de relembrarem as primeiras obras. A melhor definição de ingratidão para com Deus é esta: o ingrato é aquele que não possui memória, não tem consideração.
Embora a Bíblia exorte o cristão a olhar nestas três direções, em lugar algum encontramos conselhos para olharmos para os lados, para as circunstâncias ou para quem quer que seja.
Talvez por isso Urias, marido de Bate-Seba, tenha sido morto em batalha. Os seus bons olhos, não o permitiram enxergar a malícia da qual estava sendo vítima. Quem poderia suspeitar que o rei de Israel, o homem segundo o coração de Deus pudesse tramar a morte de um servo fiel?
Ao olhar para dentro de si, o cristão toma conhecimento de onde ele está. Há um versículo em Provérbios que passa quase que despercebido aos olhos da maioria das pessoas, ele diz: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”(Provérbios 22:28). Um marco é algo tremendamente importante em uma construção:
É a partir dele que medidas e cálculos são efetuados. Ele também representa o limite de até onde se pode ir. E quando o cristão nasce de Deus, o Espírito Santo põe dentro dele um marco. Um limite de segurança. É neste contexto que é importante o olhar para dentro, o olhar introspectivo: é quando revemos se as medidas e as atitudes condizem com o marco estabelecido pelo Espírito de Jesus, e assim, analisamos se os caminhos que estamos trilhando, estão próximos, ou distantes daquele marco inicial.
No terceiro tipo de atitude em relação ao olhar cristão, o escritor aos Hebreus nos diz:
“Percebem o que isso significa — todos esses pioneiros iluminando o caminho, todos esses veteranos nos encorajando? Significa que o melhor a fazer é continuar. Livres dos acessórios inúteis, comecem a correr — e nunca desistam! Nada de gordura espiritual extra, nada de pecados parasitas. Mantenham os olhos em Jesus, que começou e terminou a corrida de que participamos. Observem como ele fez. Porque ele jamais perdeu o alvo de vista — aquele fim jubiloso com Deus. Ele foi capaz de vencer tudo pelo caminho: a cruz, a vergonha, tudo mesmo. Agora, está lá, num lugar de honra, ao lado de Deus. Quando se sentirem cansados no caminho da fé, lembrem-se da história dele, da longa lista de hostilidade que ele enfrentou. Será como uma injeção de adrenalina na alma!” (Hebreus 12:1 – 3 - Bíblia: A Mensagem)
Podemos resumir estes versículos numa só palavra: foco. O Senhor Jesus não apenas iniciou a corrida, como também a terminou com triunfo. Quando o autor aos Hebreus diz que ele é o Autor e Consumador da Fé, está querendo nos dizer que o Senhor é o nosso único exemplo perfeito de como a vida cristã deve ser vivida.
Para o Senhor Jesus, o itinerário da corrida ia do céu a Belém; depois, do Getsêmane ao Calvário; e do túmulo, então, de volta para o céu. Ele manteve os olhos fixos na vinda gloriosa, quando todos os remidos serão reunidos com Ele eternamente. Por isso suportou, a vergonha, a dor e a morte.
Pense nisso!
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