Depois de ouvir as considerações do pai sobre sua noiva, sem desrespeitá-lo em nenhum momento, Leoncio lhe disse que não tinha nenhuma dúvida com relação à escolha que havia feito, e que não estava disposto a abandonar suas convicções e nem a mulher de sua vida.
“A partir desse momento, meu pai começou a distanciar-se, inclusive, nem esteve presente no nosso casamento, que celebramos um ano depois. Entretanto, a enfermidade que lhe afetava seguiu seu curso, o que o levou a necessitar da nossa ajuda em momentos críticos, e sempre tratamos de orientá-lo a buscar diretamente em Jesus a cura que os médicos não podiam lhe dar. Por fim, ele morreu, depois uma longa agonia”, lembra Leoncio.
Algum tempo depois, como é de costume, a família foi convocada para a abertura do testamento de José Leoncio. O advogado iniciou a sessão com uma solene declaração do falecido, reafirmando ter sido sempre católico, apostólico e romano.
Em seguida, e como anunciado antes por seu pai, Leoncio foi informado de que havia sido excluído da herança que, incluindo a casa da família, as obras de arte, as fazendas e outros bens, soma um valor aproximado de 30 milhões de euros.
Depois de sua conversão, Leoncio passou a realmente enxergar a vida com outros valores. Como sempre fez parte de uma família nobre e rica, ele nunca havia se preocupado muito com os estudos, mas, depois de conhecer a Jesus, ele entendeu que existem outras coisas importam além de dinheiro e poder. Então, ele estudou, graduou-se e se especializou. Hoje, é professor de História da Universidade de Castilla - La Mancha e da Escola Diplomática do Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação.
A luta pelo direito à herança continua na Justiça e segue os trâmites burocráticos normais. “Já se passaram 3 anos desde que meu pai morreu. À minha mulher e a mim não falta nada, ainda que seguimos com luta pela nossa fé, e as perseguições continuam.
Com a mais absoluta certeza, declaramos sempre que em nenhum momento nos arrependemos de haver tomado a decisão narrada aqui, e mais, nos sentimos orgulhosos e agradecidos a Deus pela oportunidade que nos deu, e a honra de podermos valorizar nossa fé dessa maneira, sobretudo, porque cada vez vemos com mais clareza que, naquele tempo, não foi em absoluto uma perda, mas uma oportunidade bem aproveitada de ganhar uma liberdade imprescindível para seguir o Seu caminho”, finaliza Leoncio.
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